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Neste domingo, dia 02/06, realizamos uma roda de leitura com 10 adolescentes no Céu Lajeado, no bairro de Guaianases. Discutimos a vida e obra de Carolina Maria de Jesus, uma escritora negra nascida em 1914, em Sacramento (MG), filha de pais analfabetos. Carolina enfrentou racismo, machismo e desigualdade social para concretizar seu sonho de ser escritora. Aprendeu a ler e escrever aos sete anos e, em 1937, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como catadora de papel e empregada doméstica, enquanto registrava seu cotidiano nas folhas de papel que recolhia. Seu primeiro livro, "Quarto de Despejo – Diário de uma favelada", publicado em 1960, foi traduzido para 16 idiomas e vendido em 40 países. Após seu sucesso, Carolina mudou-se para um bairro de classe média em São Paulo e publicou mais três livros: "Casa de Alvenaria" (1961), "Pedaços de Fome" (1963) e "Provérbios" (1963). Ela faleceu aos 62 anos devido a uma insuficiência respiratória. Entre 1977 e 2018, outras seis obras póstumas foram publicadas, baseadas em seus escritos.


Baseamos a atividade na metodologia da professora Jamile Menezes da Silva, do Centro de Referências em Educação Integral, para explorar a vida e obra de Carolina Maria de Jesus com os adolescentes. Lemos juntos um trecho do diário de Carolina, datado de 15 de julho de 1955: “Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar. Eu não tinha um tostão para comprar pão. Então eu lavei 3 litros e troquei com o Arnaldo. Ele ficou com os litros e deu-me pão. Fui receber o dinheiro do papel. Recebi em 65 cruzeiros. Comprei 20 de carne. 1 quilo de toucinho e 1 quilo de açúcar e seis cruzeiros de queijo. E o dinheiro acabou-se.” Após a leitura, conversamos sobre o trecho, permitindo que os adolescentes compartilhassem suas impressões e reflexões livremente.



Também nesse domingo, realizamos um encontro em comemoração ao Dia das Mães com mães imigrantes bolivianas. O evento integrou novas mães ao público das rodas de conversa e contou com a participação das lideranças Dilma e Janete. Elas falaram sobre a importância das atividades do Cemir, a dupla jornada de trabalho das mulheres e a necessidade de articulação em rede no território para integrar mais famílias bolivianas. Destacaram também a importância de ocupar os equipamentos públicos da região, como os de proteção, saúde e educação, para fortalecer a comunidade.


Redação: CEMIR



 
 
 
  • Foto do escritor: CEMIR Comunicação
    CEMIR Comunicação
  • 2 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de mai. de 2024


Cartilha “Enfrentamento à Violência contra a Mulher
Cartilha “Enfrentamento à Violência contra a Mulher

Em abril, as rodas de conversa organizadas pelo Cemir tiveram como tema principal o enfrentamento à violência contra as mulheres. Foi utilizada a mais recente cartilha organizada pelo Sefras e Cáritas Arqidiocesana.


A roda de Carapicuíba aconteceu no dia 20, no Parque do Planalto, com a mediadora Josiane Sampaio, e teve a participação de 11 mulheres imigrantes. A conversa iniciou-se com um debate sobre as percepções do grupo em relação ao tema “Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres”. Algumas destacaram a violência psicológica e física que geralmente acontece nas relações entre homens e mulheres. A partir dessas observações, iniciamos a leitura da cartilha “Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres”, utilizada como subsído das rodas deste mês.


No 21 de abril, a roda com as mulheres de Guaianases foi realizada pela equipe do projeto Fortalecer os Direitos de Mulheres Migrantes e Refugiadas, do Sefras, com as facilitadoras Macarena e Claudia Defendi. Refletimos sobre as experiências de ser mulher migrante, as desigualdades e dificuldades que isso comporta, as formas de violência que existem, seus direitos e formas de se proteger no Brasil.


Durante ambas as rodas, foram analisadas as formas de violências existentes, como a sexual, a violência patrimonial, moral, exposição sexual e difamações diversas que acontecem na internet. Em Carapicuíba, abordamos também temáticas como falta de segurança nas redes e na internet e os perigos da pornografia e da exploração sexual de meninas e mulheres. Também abordamos, em ambas rodas, as principais leis que existem para enfrentamento dessas questões. A mais conhecida é a lei Maria da Penha. Conversamos sobre a história de vida de Maria da Penha que ainda aos 79 anos luta pela implementação efetiva da lei. 


Conversamos também sobre a pressão social sobre a mulher no entrono familiar, as obrigações do cuidado de toda a estrutura familiar, criação dos filhos e até da saúde dos maridos. Destacamos como muitas mulheres acabam por sofrer novamente violência moral e doméstica quando é julgada como responsável pelo cuidado do marido e como isso se relaciona com a questão da culpa sentida por elas. 


Nossas conclusões mais importantes foram que a violência contra as mulheres deve ser compreendida numa estrutura social e cultural e que não é culpa da mulher quando ela sofre violências. Como sempre, reiteramos a importância de nossa potência como mulheres na busca por acolhimento coletivo e na promoção da consciência feminina para aprender e lutar juntas.





 
 
 
  • Foto do escritor: CEMIR Comunicação
    CEMIR Comunicação
  • 15 de abr. de 2024
  • 1 min de leitura

No mês de março aconteceram as rodas de conversa de mulheres imigrantes a primiera aconteceu o dia 17 de março no Céu Lajeado, em Guaianases, e teve como tema central o Dia Internacional da Mulher. Fizemos uma reflexão importante sobre o significado do Dia da Mulher e o que ele representa para nós, destacando a importância do cuidado com a nossa saúde emocional e física. Destacamos que somos muito importantes no papel desempenhado em nossas famílias. Também falamos sobre como as mulheres na história, através das lutas, foram conquistando espaços. Essas lutas foram muito importantes para avançarmos na igualdade, porém vemos que ainda falta muito. Nós, mulheres imigrantes, ainda temos imensos desafios para alcançar novas conquistas. Lembramos, ainda, do tempo em que nossas mães não tinham oportunidade de estudar e que agora temos e precisamos aproveitar.


A segunda roda aconteceu o 31 de março com as mulheres imigrantes do bairro Tiquatira/Penha, onde a roda de conversa também foi entorno ao Dia Internacional da Mulher. Nesta ocasião, lembramos da importância da luta das mulheres e refletimos juntas a história que está por trás desta importante data para todas. Nos questionamos sobre o ocorrido e percebemos que as mulheres sempre têm lutado por seus direitos. No final da roda, compartilhamos nossas experiências e fizemos uma dinâmica de sororidade com conselhos e frases de motivação que nos ajudam umas as outras.







 
 
 
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